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Qualidade do Ar

POLUENTES e COGNIÇÃO

Estudos sugerem a associação entre a redução do rendimento escolar com baixas taxas de ventilação ou altas concentrações de CO2. Alguns estudos apontam o decréscimo do rendimento com temperaturas muito acima dos 20ºC. Outros sustentam a associação entre a redução da performance cognitiva com o aumento de poluentes externos, mostrando o efeito do aumento da taxa ventilação, com redução de CO2, na melhora da performance dos estudantes.

Como parâmetro de referência, os limites máximos de exposição ocupacional recomendados para uma jornada de trabalho de 8 h, são 5.000 ppm como uma média ponderada pelo tempo, para a Administração de Saúde e Segurança Ocupacional (OSHA 2012) e a Conferência Americana de Higienistas Industriais do Governo (ACGIH 2011). Limites considerados adequados variam entre 984 ppm e 1.500 ppm de CO2 entre os estudos analisados. Estudo sobre o efeito da taxa de ventilação na cognição (BAKÓ-BIRÓ et al., 2012), mostra que um aumento de taxa de ventilação apresenta melhora em desempenho acadêmico.

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Concentrações de CO2 em 16 salas de aula testadas em 8 escolas

 

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Efeitos na performance de aprendizagem relativos a ventilação

 

Uma investigação em Coimbra, Portugal (FERREIRA; CARDOSO, 2013), realizado com 51 escolas da educação básica (81 salas de aula), tanto do ambiente interno como externo, durante as 4 estações do ano. 

Foram avaliadas a temperatura, umidade relativa, concentrações de monóxido de carbono (CO), dióxido de carbono (CO2), ozônio (O3), dióxido de nitrogênio (NO2), dióxido de enxofre (SO2), compostos orgânicos voláteis (COV), formaldeído e material particulado (PM10), de nov/2010 a fev/2011 e de mar/2011 a jun/2011. O levantamento revelou que 92% das escolas apresentaram valores de concentração de CO2 acima da máxima legislada (984ppm em Portugal). As concentrações médias de COV (em 2 escolas) e de PM10 (em 4 escolas) ultrapassaram a concentração máxima de referência legislada (PM10 valor médio diário de 50 μg/m3). Não foram detectados valores relevantes (risco) de CO, formaldeído, NO2 , SO2  e O3.

Estudo realizado para o Ministério da Educação da Nova Zelândia sobre as condições de ventilação e qualidade do ar internas em escolas, apresentaram concentrações superiores a cerca de 1000 partes por milhão (ppm) de CO2 indicam que a qualidade do ar interior é inaceitável. Na Figura abaixo são apresentados os níveis de dióxido de carbono utilizados pelo trabalho como referenciais para a ventilação e consequente concentração CO2 no interior de edificações.

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No estudo referido, os níveis subiram de forma constante até que as temperaturas atingiram cerca de 20°C, a medida em que as janelas foram sendo abertas os níveis de CO2 reduziram, conforme mostra a seguir. Medições foram feitas a intervalos regulares durante todo o dia, utilizando sensores e dispositivos de gravação offline. Segundo o estudo, realizar o monitoramento de poluentes como CO2 e outras partículas que podem afetar tanto a saúde como o próprio desempenho de estudantes mostra-se necessário e sem um produto de mercado que atenda a esta completamente esta demanda.

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Ar interno e saúde ocupacional

Estudos correlacionando a qualidade do ar interior com qualidade de vida de seus ocupantes tiveram um aumento significativo de trabalhos científicos publicados sobre o tema, principalmente a partir dos anos 2000’s. Segundo a fundação americana Healthy Schools Network, diversos estudos encontraram associação entre a redução do rendimento escolar com baixas taxas de ventilação ou altas concentrações de CO2. Alguns estudos apontam o decréscimo do rendimento com temperaturas muito acima dos 20ºC. Estudos apontam para a associação entre a redução da performance cognitiva com o aumento de poluentes externos. O efeito do aumento da taxa ventilação, indicado pela redução de CO2, melhora a performance dos estudantes, ver detalhes de pesquisas nas abaixo.

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O impacto do CO2 em salas de aula, com três diferentes níveis de concentração, analisou o impacto na performance dos estudantes em relação a atividades cotidianas, afetando diretamente a tomada de decisão. A sobre a tomada de decisão, que segue, mostra barras de erros que refletem a variabilidade entre indivíduos, a partir de diferentes condições de qualidade do ar em relação a concentrações de CO2.

Ventilar pode ser uma solução simples

Estudos na Califórnia associam a taxa de ventilação das salas de aula com ausências de estudantes durante o ano letivo. O estudo buscou correlações entre o tipo de edificações, as formas de ventilação e a localização das escolas. O estudo coloca em discussão a forma mais tradicional que utilizamos no Brasil para a ventilação e o condicionamento do conforto térmico: o ar condicionado.

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Fontes

Designing Quality Learning Spaces: Ventilation & Indoor Air Quality, 2007, Developed by BRANZ Ltd for the Ministry of Education of New Zealand
http://www.who.int/ceh/capacity/Indoor_Air_Pollution.pdf.
http://www.climatechange2013.org/images/report/WG1AR5_SPM_FINAL.pdf.
www.unep.org/yearbook/2014/PDF/chapt7.pdf.
Industrial pollutants – Mohai, Health Affairs 2011.
Traffic related pollutants – Sunyur, Plos Med, 2015.
Petersen, Steffen, et al, “The effect of increased classroom ventilation rate indicated by reduced CO2 concentration on the performance of schoolwork by children.” Indoor air 26.3 (2016): 366-379.
Bakó-Biró, Zs, et al. “Ventilation rates in schools and pupils’ performance.”Building and Environment 48 (2012): 215-223.
Satish, Usha, et al. “Is CO2 an indoor pollutant? Direct effects of low-to-moderate CO2 concentrations on human decision-making performance.”Environmental health perspectives 120.12 (2012): 1671.
Mendell, Mark J., et al. “Association of classroom ventilation with reduced illness absence: a prospective study in California elementary schools.”Indoor air 23.6 (2013): 515-528.